sexta-feira, 8 de abril de 2011

des-com-passo (:) a língua

se eu tivesse todas as palavras da minha língua
daria uma por dia pra você não se fartar deste vocabulário
mas o mistério é um desafio-desvio, baby.

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se ela soubesse da aflição e vertigem da luz
não escaparia da noite, ingrata
como quem persegue a sombra e a con(tra)dição do dia]

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a infame mania de
desdobrar-me em palavras
ainda levará ao descompasso dessa toda melodia.

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tenho tido um percurso indomável
e infringido as leis de uma métrica
que por vezes desconheço.
a paixão ficcionara a pintura,
e as cores viraram alquimia pela mão de vermeer.

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me perturbo facilmente com as histórias que me conto;
poderia ter um diagnóstico
que constatasse a  loucura como mais uma
de tantas loucuras-que-foram-e-para-as-quais-não-se-fazem-curas-e-nem-loucos que as suporte. 
como loucuras.

As histórias todas são divididas por um fio microscópico que as separam entre o real e o imaginário. Mas esse fio é, enfim, real ou imaginário?
Tudo o que é imagem é verdade.
Tudo o que é imagem é mentira também.

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